Lévy, Pierre. Cibercultura. A interatividade vista como problema. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 1999. Cap. 4, p. 77-83
Neste capítulo Lévy revela o problema proposto no título, somente no encerramento de seu raciocínio, quando expõe: “A interatividade assinala um problema, a necessidade de um novo trabalho de observação, concepção e avaliação dos modos de comunicação, do que uma característica atribuída a um sistema.”
Interatividade para o autor é: “ participação ativa do beneficiário de uma transação de informação”, ele descreve também que o receptor nunca será passivo, pois mesmo que esteja diante de uma televisão, calado, ele estará decodificando, interpretando, mobilizando seu sistema nervoso...
Como modelo de mídia interativa Lévy destaca o telefone, pois, por meio dele o diálogo é recíproco, além disso, dentre os itens que comporiam uma mídia interativa, na visão de Lévy, o telefone possibilita a telepresença, pois a voz está presente, não apenas o significado dela, mas ela, de forma real. Para o autor a interatividade é completa quando inclui: personalização da mensagem, reciprocidade, virtualidade, implicação da imagem e telepresença.
Lévy diz ainda que de certo modo a comunicação pelo mundo virtual é mais interativa do que a telefônica, por conta da representação da imagem. Ele destaca também que o telefone foi o primeiro a propiciar a telepresença, mas não é o único já que a tecnologia permitiu ao homem se comunicar por imagens tridimensionais dos corpos, por realidades virtuais e mesmo por videoconferências. Ele emparelha o avaço da interatividade a evolução das mídias que se tornam cada vez mais híbridas e mutantes, gerando várias formas, ou faces, de comunicação.
Em certo trecho conclusivo Lévy destaca “cada dispositivo de comunicação diz respeito a uma análise pormenorizada, que por sua vez remete à necessidade de uma teoria da comunicação renovada”.